Exposição Virtual – Rio na Dança

Um recorte em grande angular de um dos pilares do Hip Hop, a dança, a performance como veículos de resistência sociocultural. Na vida cotidiana das camadas dominadas, a comunicação não verbal é uma estratégia de transgressão. É com o corpo que percebemos e sentimos o mundo, como signo em busca de autonomia e identidade.

Esta pequena mostra apresenta o olhar de dois fotógrafos atuantes na cena Hip Hop da cidade, Amanda Baroni, B-girl, e Thiago Ripper que tem uma documentação extensa sobre as Rodas Culturais. Nas imagens de ambos, percebe-se que o objetivo do trabalho não consiste apenas em documentar lugares, mas sim, em flagrar a beleza plástica inerente nas manifestações, decifrando através dos sinais captados num movimento de dança, de música, toda a riqueza do que acontece neste espaço circular denominado roda. 

A versatilidade do corpo, a consciência dos seus limites e possibilidades, a entrega aos movimentos que o ritmo da musicalidade negra incita, o movimento dos quadris. A dança como um canal de comunicação, capaz de sentir e enunciar mensagens, mediar relações, é uma forma de expressar a realidade e proferir discursos por meio de corpos imbuídos de ritmo e memória, condicionados pela persistência. 

Milton Guran e Thaís Rocha

Fotógrafos

Amanda Baroni iniciou na fotografia, tendo formação desde 2012, pela Escola de Fotógrafos Populares, do Observatório de Favelas, Complexo da Maré, Rio de Janeiro. Após a formação, vem fotografando inúmeros eventos de cultura urbana, com foco no Hip Hop tais como: o Meeting of Favela, BBoy Confronto, Original Breaking Jam, no Rio, e Master Crews e Block Out!, em São Paulo, Batom Battle, em Brasília, entre outros.

Thiago Ripper é fotógrafo independente, foto documentarista, film maker e editor de vídeo formado pela Escola Internacional de Cinema. Tem 20 anos de fotografia com destaques para as documentações sobre a situação dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa. Fotografou a luta pela água no semiárido mineiro e ainda fotografa e documenta as causas sindicais e a lutas populares. Registra e documenta o bairro de Sepetiba, zona oeste do Rio de Janeiro. Foi instrutor de fotografia do Senac e da Escola Vaga-Lumes, hoje faz parte da EFOCO (Escola de Fotografia Documental e Comunicação). Vem documentando o hip hop carioca durante 4 anos, onde produz em parceria com a Vila Crew a Roda Cultural de Vila Isabel. Faz parte do Coletivo Multimídia Favela em Foco onde editou os documentários Festa na Favela e Moto Táxi do Azul.

Curadores

Milton Guran é fotógrafo e antropólogo. Foi um dos fundadores da AGIL Fotojornalismo (Brasília, 1980) e fotógrafo do Museu do Indio / Funai (1986 – 1989). Ganhador da Bolsa Vitae de Artes (1991) e, por duas vezes, do prêmio Marc Ferrez da Funarte. Em 2016, foi contemplado no programa Rumos Itaú Cultural – http://acervoaguda.com.br/. Seus trabalhos fazem parte das coleções MASP-Pirelli, do MAM-Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAR – Museu de Arte do Rio e da MEP – Maison Européenne de la Photographie, dentre outras, públicas e privadas. Curador na área de fotografia, é vice-presidente da Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil.

Thaís Rocha é formada pela Escola de Fotógrafos Populares (2012). Atua como assistente da coordenação geral de projetos na Luz Tropical Cultura & Produções. É Mestre pelo Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Como curadora, realizou as exposições Através do Olhar, SESC Madureira (2019), Na Zanza, Galeria Aymoré (2019), Herança e Futuro, Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea (2018).